Sunday, June 24, 2007

Capítulo Três

VAU ( 18 )

TEMPO FINAL

Farinha pouca, meu pirão primeiro!


Na volta de um passeio desses de final de semana, quando passava por um mercadinho de beira de estrada, Adam lembrou-se da mãe.
--" Encontrando uma farinha boa, não esquece!"
Parou o carro no acostamento buscando atravessar a movimentada rodovia, notando, ao longe, uma viatura da Polícia Rodoviária estrategicamente estacionada.
-- A Polícia vai deduzir que paramos com receio dela ! - concluiu Eva, que o acompanhava.
-- Por quê ?!
--! Porque suspeitarão de algo errado, ora bolas !! Olha.... lá vêm eles.... me deixa sair daqui !
– gritou a mulher desesperada.
-- Vamos indo, sem medo. O medo é o azar da vida! Logo à frente , depois daquela curva, tem outro mercadinho... - insiste o teimoso.
E vão em frente.
-- Pára ........ ! Pára...eles vêm aí atrás...
Com efeito, depois de poucas centenas de metros, perseguidos e perseguidores param , um atrás do outro, à porta de um botequim atendido por duas assustadas mulheres que, da varanda, confortavelmente sentadas, testemunharam o final daquela perseguição.
Sem pressa, simulando calma, Eva, instruída pelo marido, desce do veículo e inicia conversa com as atendentes, agora espavoridas.
No carro da Polícia, pelo retrovisor, Adam. avista dois vigilantes. Um deles, o motorista, desce e avança resoluto na sua direção , enquanto o outro, precavido, atrás da porta aberta, e de arma apontada, permanece dando cobertura.
Fingindo distração, o fujão ouve do policial :
-- Boa tarde... Documentos do veículo, por favor ! O senhor devia ter parado.. .
-- Eu...?! Onde...? Boa tarde... Não entendi. Aqui estão...
-- Como não entendeu ? Então o senhor não percebeu quando pedimos que parasse ?? O senhor arriscou-se muito!
-- É verdade que notei seus gestos. Mas, ... como eu não havia cometido qualquer infração continuei.
-- De fato, o senhor não cometeu infração. Acontece que, ao parar no acostamento, ameaçando cruzar a pista, deu-nos a impressão de estar querendo fugir e aí....

-- Bem "seu Guarda" ...
-- Não tem farinha,! –
diz Eva, à porta do pequeno comércio e voltando ao carro.
-- É isso, "seu Guarda". Estamos procurando farinha, da boa, de aipim. ! Só que como o trânsito estava muito intenso, desisti de atravessara pista.
-- OK, OK, aqui estão seus documentos. Só que de outra vez atenda nossa sinalização.
-- Boa tarde "seu guarda". Ah! A propósito " seu guarda"... o senhor que sempre está aqui nesta região, não sabe onde podemos comprar uma farinha boa??
-- Na Mercearia da Dona Edilma, lá mesmo onde o senhor queria cruzar a pista.
Com a farinha comprada, cumprimentam , na passagem, os atentos vigilantes!
Cruzou.

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